Programa de vídeo — Auditório

PROGRAMA 1

  Duração 1h15’50”
Dia 4.10 às 13h, 15h, 17h, 19h e 21h; dia 8.10, às 10h
A partir do dia 10.10: de terça a sábado, às 12h; domingos, às 10h
Seydou Cissé (Mali, 1981)
Faraw ka taama, 2012, 11’
Movidas pelo chicote de um menino, pedras se amontoam na ponte de Markala, erguida com trabalho forçado e ao custo de muitas vidas, durante o jugo colonial francês no Mali. Utilizando técnicas de animação para dar visualidade ao animismo, o filme entrelaça lenda e história, e presta homenagem às vítimas do empreendimento. O passado mágico malinês ressurge como postura digna diante da tragédia e como força criadora, capaz de mover minérios.
Quy Minh Truong (Vietnã, 1990)
Vuon Bau Xanh Tuoi, 2016, 15’
Tran Xuan Ve é um velho agricultor que trabalha com a esposa em uma plantação cheia de borboletas. Sentado em sua agradável casa rural, ele se lembra da carnificina que testemunhou quando era jovem e lutou na Guerra Cambojana-Vietnamita: uma vala comum de um quilômetro de comprimento com corpos indistintos sendo devorados por bichos do pântano. O verde frescor dos frutos que vemos se mistura à podridão viscosa dos cadáveres da memória narrada.
Mona Vatamanu (Romênia, 1968) e Florin Tudor (Suíça, 1974)
Copacul lui Gagarin, 2016, 22’50”
O filósofo romeno Ovidiu Tichindeleanu visita o que restou do Centro Juvenil Gagarin, na Moldávia. Encontra ruínas de futuros que não aconteceram: promessas de viagens espaciais mescladas à utopia socialista e colonizadas pelo pensamento liberal pós-comunista e pelo tempo, que quebra vidraças, corrói paredes, deixa crescer plantas nas frestas.
Sasha Litvintseva (Rússia, 1989)
Evergreen, 2014, 27’
Registros fílmicos de um mundo perdido (o nosso) são o pano de fundo para a voz da narradora, uma viajante imortal. Nesse espaço e tempo indefinidos, prédios, pessoas e plantas parecem escombros de uma história desconhecida. Na busca do aperfeiçoamento civilizatório, herança, espetáculo e natureza se confundem, perpassados pela incontornável reprodutibilidade técnica da imagem.

PROGRAMA 2

  Duração 1h06’20”
Dia 5.10 às 13h, 15h, 17h, 19h e 21h; dia 8.10, às 12h
A partir do dia 10.10: de terça a sábado, às 14h; domingos, às 12h
Kavich Neang (Camboja, 1987)
Kong Bei, 2015, 20’20”
Uma costureira e um motorista de mototáxi levam uma vida a dois, comum e previsível, há quarenta anos. Certa noite, ao levar uma passageira, ele se lembra de uma dançarina que amou e de quem se perdeu quando o Khmer Vermelho chegou ao poder, em 1975. O encontro revela as realidades mudas que entrelaçam a vida das pessoas e a história política.
Haig Aivazian (Líbano, 1980)
Not Every Day Is Spring, 2016, 46’
Apresentações musicais em Istambul pontuam o filme, como uma melodia que atravessa as histórias fragmentadas da Turquia. A vida e a música de Udi Hrant Kenkulian tornam-se símbolo das violências cometidas contra a população armênia, como o estabelecimento da rádio estatal, central na formação da nacionalidade turca moderna, em prédio erguido com as pedras de um cemitério armênio.

PROGRAMA 3

  Duração 1h02’41”
Dia 6.10 às 13h, 15h, 17h, 19h e 21h; dia 8.10, às 14h
A partir do dia 10.10: de terça a sábado, às 16h; domingos, às 14h
Ana Vaz (Brasil, 1986)
Amérika: Bahía de las Flechas, 2016, 8’46”
O vídeo revisita o lago Enriquillo, na atual República Dominicana, onde Cristóvão Colombo aportou, em 1492, e confrontou o povo autóctone Taino para estabelecer o primeiro assentamento europeu na América. Usando a câmera como extensão do próprio corpo, a artista evoca a mudança cultural e ecológica sofrida pelo território, para fazer a história emergir do próprio cenário.
Andrés Padilla Domene (México, 1986)
Ciudad Maya, 2016, 24’
No limite entre ficção científica e documentário, o vídeo mostra jovens exploradores que manipulam estranhos aparatos tecnológicos para investigar um sítio arqueológico em ruínas na cidade mexicana de Mérida. O sítio revela-se uma réplica moderna de antigas construções maias. A obra questiona preconceitos e clichês associados ao povo indígena desaparecido.
Jiwon Choi (Coreia do Sul, 1991)
Parallel, 2017, 29’55”
Uma montagem frenética entremeia elementos da vida sul-coreana – K-Pop, exércitos em marcha, programas de auditório, a primeira presidenta, o líder supremo, Samsung, Gangnam style – e silêncios. O avô da artista conta sua fuga do Norte para o Sul, quando os exércitos cruzaram o paralelo que divide o território desde o fim da Segunda Guerra. Um retrato de conflitos entre realidades e ideologias.

PROGRAMA 4

  Duração 1h15’
Dia 7.10 às 12h e 16h - apresentação dos artistas às 16h e 18h;
dia 8.10, às 16h
A partir do dia 10.10: de terça a sábado, às 18h; domingos, às 16h
Roy Dib (Líbano, 1983)
Beit El Baher, 2016, 75’
Em uma casa projetada por um conhecido arquiteto iraquiano dos anos 1960, um jantar reúne quatro pessoas em torno de temas e relações complicados. O conforto financeiro contrasta com o desconforto existencial, enquanto a tentativa arquitetônica de mesclar modernismo e tradições islâmicas reflete questões intelectuais e emocionais de uma geração de árabes ilhada entre ruínas de ideologias, medos e desejos.

PROGRAMA 5

  Duração 1h15’
Dia 7.10 às 14h e 18h; dia 8.10, às 18h
A partir do dia 10.10: de terça a sábado, às 20h; domingos, às 18h
Natasha Mendonca (Índia, 1978)
Ajeeb Aashiq, 2016, 75’
Na Índia, o cotidiano de uma mulher cis e de um homem trans é atravessado pelas relações de gênero. Ambos buscam amor e liberdade em uma cultura de violência e misoginia. Alternando drama e poesia, o filme cria um manifesto transfeminista, um comentário sobre a geopolítica e a cultura de Mumbai, um exercício de imaginação sobre novas formas de vida.
Apoio institucional
Apoio cultural
Parceiros de residência
Colaboração