Alia Farid (Kuwait, 1985)
Hatillo, da série Mezquitas de Puerto Rico, 2014
Ponce, da série Mezquitas de Puerto Rico, 2014
Vega Alta, da série Mezquitas de Puerto Rico, 2014
Mezquita de Santo Domingo (República Dominicana), 2015
Tapeçarias
Série de tapeçarias que resulta da parceria entre Alia Farid e Jesus ‘Bubu’ Negrón. Os artistas enviaram fotogra as de mesquitas de Porto Rico e da República Dominicana, na América Central, a tecelãs da cidade de Mass, no Irã, que transformaram as imagens em tapeçarias. As peças discutem as tensões do trânsito cultural e migratório contemporâneo, e seu papel na transmissão de signos, emblemas e costumes.
Ana Mazzei (Brasil, 1979)
Speech about the Sun, 2015
Instalação
Olhares para cima e para baixo não são meros movimentos. Prenhes de significado em diversas civilizações, estão na gênese do conhecimento e da arte, remetem à evolução da espécie e à passagem entre natureza e cultura. O trabalho propõe ao público uma relação entre seu corpo e objetos de alturas e escalas diversas, convidando-o a experimentar a importância e a densidade desses gestos.
Ana Vaz (Brasil, 1986)
Em meio ao sertão brasileiro, a câmera acompanha uma enigmática personagem que se esconde, caminha e rasteja em meio à vegetação local. Enquanto ela relata acontecimentos de sua vida, ouve-se, ao fundo, uma voz masculina que exclama: “Há terra! Há terra!”. Captado em 16 mm, revisita o cinema brasileiro de vanguarda em sua ânsia de desbravar o Brasil e produzir dele imagem potente e generosa.
Débora Mazloum (Brasil, 1982)
Jardim de Aclimatação XXI, 2015
Instalação
Seria o jardim a metáfora de uma utopia paradisíaca, um símbolo de nossa nostalgia de um Éden perdido? Partindo destas indagações, a obra apresenta o arquivo como fruto de um impulso humano de catalogação e conservação, indício do desejo de controlar e apreender que habita nossa espécie.
Elizabeth Vásquez Arbulú (Peru, 1990)
Historia del Cosmos, 2013
VideoInstalação
Baseada em álbuns de catecismo dos anos 1970 e 1980, a videoinstalação reconta em poucos minutos a história do universo, do big bang aos dias atuais. A narração em off relata os acontecimentos em tom didático, passando pela capacidade humana, adquirida no século 20, de se autodestruir completamente, deixando ao público a tarefa de confrontar a aparente gratuidade de tudo o que existe.
Emo de Medeiros (França, 1979)
Kaleta/Kaleta, 2013-2017
VideoInstalação / Performance
(aproximadamente 45’)
Dias 7 e 8.10, às 15h
No fim do ano, a juventude de Benin celebra a Kaleta, festividade com máscaras locais que parece uma mistura de Carnaval brasileiro e Halloween norte-americano. A tradição é atribuída a ex-escravos que foram levados para o Brasil e voltaram ao Benin após se sublevarem na Revolta dos Malês, ocorrida em 1835 em Salvador. Com elementos da festa, o artista cria um ambiente imersivo que convida o público a confrontar suas próprias personas.
Vodunaut #009 (Hyper elder), #010 (Hyperspacer), #011 (Hyperceiver), da série Vodunaut, 2016-2017
Objetos
Na religião tradicional do Benin, os búzios simbolizam viagem. Aqui, capacetes de motociclistas cobertos de conchas e apoiados sobre pequenos monitores ensejam um cruzamento da mitologia e do saber ancestral do país com o imaginário futurista da ficção científica, um repertório dominado pela cultura ocidental dos países desenvolvidos.
Filipa César (Portugal, 1975)
Transmission from the Liberated Zones, 2015
Vídeo
Durante a guerra de libertação da Guiné-Bissau, o partido PAIGC denominava Zonas Liberadas os territórios controlados pela guerrilha. No vídeo, um rapaz dialoga, nos dias de hoje, com documentos e testemunhos referentes ao envolvimento solidário de quatro suecos nos eventos históricos que levaram o país à libertação do colonialismo Português em 1974.
Hellen Ascoli (Guatemala, 1984)
Objetos Específicos 1 y 2, 2016
Objetos
Com referências ao huipil, veste tradicional dos povos indígenas da América Central, as obras discutem a herança, na produção contemporânea, do minimalismo defendido pelo artista norte-americano Donald Judd. A partir da ideia de esculturas que se relacionam diretamente com a escala humana, questiona a suposta universalidade do corpo, sempre masculino no grupo minimalista.
Jaime Lauriano (Brasil, 1985)
Morte súbita, 2014
Vídeo
No futebol, o termo define o gol que decide uma partida empatada e levada à prorrogação. Aqui, aplica-se àqueles que são chamados de “marginais” e rendidos pela polícia, uma imagem tão habitual no universo midiático brasileiro quanto jogadores de futebol que formam uma barreira e esperam o chute adversário. A obra traz à tona a brutalidade estatal subjacente aos regimes supostamente democráticos.
Depois do golpe que afastou o presidente brasileiro João Goulart, em 1964, a ditadura militar instaurada passou a produzir slogans patrióticos, como o célebre “Brasil, ame-o ou deixe-o”, e a valorizar símbolos e efemérides da nação. O artista trabalha com os fundamentos desse marketing para evidenciar a fabricação do discurso e da imagem de um Brasil homogêneo e pacificado.
Köken Ergun (Turquia, 1976)
Aşura, 2012
VideoInstalação
O vídeo aborda a celebração anual da Ashura, quando os muçulmanos xiitas lembram o martírio de Hussein Ibn Ali, neto do profeta Maomé, na batalha de Karbala, no atual Iraque, em 2 de outubro de 680 d.C. Realizado em estreita colaboração com moradores do bairro de Zeynebiye, em Istambul, a obra documenta os preparativos da população para a festa, afastando-se, deliberadamente, de uma visão exótica do evento.
Louise Botkay (Brasil, 1978)
Vai e vem, 2017
VideoInstalação
A videoinstalação promove uma visita ao universo íntimo do povo Hunikui (Kaxinawà), na fronteira amazônica entre Brasil e Peru. Afastando-se deliberadamente do exotismo, do didatismo e de um viés antropológico-artístico, as imagens de detalhes e planos fechados buscam sensações para partilhar e revelam modos de vida e saberes.
Mariana Portela Echeverri (França, 1986)
Orgy Mathematics, 2015-2016
Instalação
Instalação tentacular, composta por esculturas mecânicas e estáticas, fotografias e desenhos. Criando um ambiente fluido, no qual o onírico, o erótico e o universo infantil encontram uma racionalidade abjeta e utópica, a obra põe em tensão as ideias de produtividade e de anarquia.
Mariana Rodríguez (Argentina, 1970)
¿Por qué disparan?, 2016
Vídeo
No dia 26 de setembro de 2014, 43 estudantes que iam à Cidade do México participar de um protesto em memória do Massacre de Tlatelolco, em 1968 (quando dezenas de estudantes foram assassinados pelo exército e a polícia), desapareceram em Iguala. Imagens granuladas e descontínuas, achadas em celulares de sobreviventes, traduzem a perplexidade diante da falta de explicações para o acontecido.
Natasha Mendonca (Índia, 1978)
Uma mulher transexual é linchada na Jamaica. Uma câmera de celular registra o êxtase cruel da multidão. A essas imagens, somam-se encenações de outros momentos de violência contra a mesma mulher – que representa, aqui, todas as transexuais. Nas imagens encenadas, porém, vemos seu rosto e, nele, além de sofrimento, dignidade e resistência.
Rafael Pagatini (Brasil, 1985)
Bem-vindo, presidente!, da série Fissuras, 2016
Instalação
Instalação que parte da catalogação de anúncios de empresas publicados no jornal A Gazeta, de Vitória, entre as décadas de 1960 e 1980. Os recortes relacionam-se aos chamados Grandes Projetos, voltados para a exportação de commodities no Espírito Santo. Marcando o vínculo entre a ditadura militar brasileira e a iniciativa privada, lembram um projeto moderno soterrado pela desigualdade social e por desastres ambientais como a destruição do rio Doce, principal rio do estado, em 2016.
DOPS, da série Fissuras, 2016
Instalação
Nesta instalação, documentos oficiais do Departamento de Ordem Política e Social (DOPS) estão postos sobre canaletas de madeira, disponíveis para a manipulação do público. São imagens e textos extraídos de um relatório sobre o Concílio de Jovens, evento de esquerda organizado por movimentos sociais e pela Igreja Católica. A aleatoriedade da combinação causa um curto-circuito na pretensa objetividade de um dos principais órgãos repressores do Brasil no século 20.
Sammy Baloji (República Democrática do Congo, 1978)
Pungulume, 2016
VideoInstalação
A obra registra a história da cidade de Fungurume, na África Central, contada por seu conselho de anciãos. Erguida em meio a um dos maiores depósitos de cobre e cobalto do mundo, suas montanhas hoje pertencem a um consórcio internacional de mineração, cuja ação desloca o povo Sanga de suas casas e tradições.
Sasha Litvintseva (Rússia, 1989)
Exile Exotic, 2015
Vídeo
A artista narra a forma como se exilou com a mãe na Turquia, usando como cenário uma réplica do Kremlin construída em um hotel. Enquanto turistas aproveitam a piscina, suas lembranças nos levam ao entorno da fortaleza russa, símbolo de opressão estatal e de disputas pelo poder. O simulacro arquitetônico, que é também um simulacro histórico, abriga a viagem, seja de lazer, fuga ou banimento.
Thando Mama (África do Sul, 1977)
Desolation I-V, da série Desolation, 2015
VideoInstalação
Cinco vídeos resgatam imagens de violência policial em revoltas populares da história recente da África do Sul: o levante estudantil de Soweto, em 1976; a greve dos mineiros em Marikana, 2012; e os protestos da campanha #RhodesMustFall, em 2015. A distância cronológica entre os acontecimentos contrasta com a brutalidade contínua do Estado. A luta contra a opressão é o pano de fundo.
Thando Mama (África do Sul, 1977)
Of Nationhood, da série Of Nationhood (2015-)
Vídeo
Um corpo humano vivo explora um monumento imponente e pretensioso, mas abandonado. Dos anos 1980, o Ntaba ka Ndoda celebra o passado heroico de Ciskei, país criado e dissolvido na tentativa de ajustar povos, territórios e tradições à configuração estatal atual da África do Sul. O vídeo tenta redimensionar a obra corroída e pensar no significado de uma paisagem usada como símbolo de posse.
Von Calhau! (Portugal, 2006)
EULUSIONISMO ANTILUSIONISTU, 2015
VideoInstalação
Uma espécie de snuff movie ocultista, o filme granulado, rodado em 16 mm e transferido para vídeo HD, alterna corpos nus e vestidos, e figuras humanas feitas de carne ou talhadas em pedra, usando o preto e o branco como cores puras, complementares e distintas. Na instalação em que o vídeo é projetado, o toque repetido de um címbalo mergulha o espectador em algo como um ritual pagão feito de imagens e sons.
Ana Elisa Egreja (Brasil, 1983)
Poça II / Sala de jantar, da série Jacarezinho, 92, 2016
Closet / Revoada, da série Jacarezinho, 92, 2016
Pinturas
A artista reconstrói cômodos da casa onde os avós moraram, agora desabitada, incorporando a eles elementos da memória, da imaginação e do universo da história da arte, como animais e objetos de decoração. As cenas são fotografadas e servem de modelo às pinturas. As telas resultantes devolvem ao real sua dimensão original de estranheza. As pinturas integram a série Jacarezinho, 92, em que a artista revisita, recria e mapeia a casa dos avós.
Bárbara Wagner (Brasil, 1980) e Benjamin de Burca (Alemanha, 1975)
Em quatro atos, bailarinos misturam movimentos do frevo, dança tradicional do Carnaval pernambucano, a outros, típicos de ritmos contemporâneos, como funk, swingueira, electro e vogue. Ao pôr em xeque a pureza atribuída ao frevo pelos governos que o promovem como expressão originária de um povo, o trabalho cria tensão em categorias como folclore, cultura popular e cultura de massas, além de tocar em questões de raça, classe e gênero.
Cristiano Lenhardt (Brasil, 1975)
Pau-Bonito, 2015-2017
Instalação
Situando-se entre desenho e escultura, o trabalho é composto por barras de madeira que se apresentam no espaço e questionam noções de presença e de ausência, assim como os aspectos temporais implicados nesses processos. Assim, convida o público a experimentar concepções distintas de existência.
Elvis Almeida (Brasil, 1985)
Sem título, Sem título, 2016
Pinturas
No primeiro trabalho, a aplicação de tinta acrílica sobre a madeira faz esmaecer áreas coloridas, revelando camadas pictóricas que movimentam a composição circular. No segundo, duas regiões de composição distintas criam, ao olhar do espectador, uma dobra visual na superfície plana. A desarmonia entre as duas partes rompe a perspectiva de totalidade. Em forte diálogo com as artes gráficas, as pinturas remetem a uma gramática visual popular, dos cartazes e meios de comunicação.
Felipe Esparza Pérez (Peru, 1985)
Cautivos, da série Espacio Sagrado, 2015
Vídeo
Tudo parece se mover rumo à cidade peruana de Ayabaca, destino de peregrinos que caminham meses para pedir milagres. As águas, o vento e a lama integram a difícil jornada até os pés do Señor Cautivo. O vídeo ganha cores quando, terminada a penitência da ida, os fiéis se preparam para voltar. Integra a série Espacio Sagrado, que investiga diferentes manifestações da espiritualidade no país.
Pawqartampu, da série Espacio Sagrado, 2015
Vídeo
O vídeo explora e conecta elementos do Culto da Virgem do Carmo, principal celebração de Paucartambo, no Peru. Plantas, animais domésticos, casas coloniais e máscaras rituais recriam o ambiente múltiplo em que se dá essa experiência do sagrado, durante a qual o canto humano se une ao canto dos pássaros. A obra integra a série Espacio Sagrado, que investiga diferentes manifestações da espiritualidade peruana.
Soga de Muerto, da série Espacio Sagrado, 2014
Vídeo
Cantos xamânicos e cultos evangélicos integram-se ao cotidiano amazônico. A floresta é o fio que liga todos seus entes à morte e à vida, e a ayahuasca é o cipó usado pelos humanos para se locomover entre os diferentes planos. Ensaio poético sobre a cosmovisão amazônica, o vídeo faz parte da série Espacio Sagrado
Graziela Kunsch (Brasil, 1979)
Ensaio Ilú Obá De Min, 2015
Vídeo
O grupo de percussão afro formado apenas por mulheres faz apresentações abertas que transformam temporariamente a face de espaços públicos de São Paulo, engajando a população mais excluída da cidade. Formado por um único plano, o vídeo mostra esgares dessa mudança, ao expor a dança de um grupo de mulheres e homens trans que vivem sob um viaduto: ao som dos tambores, seus corpos criam um lugar de festa e dignidade.
Em 2015, um levante estudantil ocupou mais de duzentas escolas estaduais de São Paulo em protesto contra a decisão do governo paulista de fechar diversas instituições de ensino. O vídeo é composto por uma sequência de 26 fotografias filmadas, com oito segundos de duração cada, das ocupações e protestos que transformaram prédios negligenciados pelo estado em espaços vivos e potentes. Como um trabalho escolar, a apresentação (em slides e sem som) insinua o que podemos aprender com a revolta secundarista.
As imagens que compõem o vídeo foram feitas pela artista em escolas ocupadas em São Paulo em novembro e dezembro de 2015 e também a partir de fotografias baixadas da internet, publicadas sem créditos de autoria. Essas imagens estavam nas páginas de Facebook das autodenominadas Escolas de Luta ou Ocupações E. E. Ana Rosa, Dica (E. E. Emiliano Cavalcanti), E. E. Fernão Dias Paes, E. E. João Kopke, Mazé (E. E. Maria José), E. E. Rachid Jabur e E. E. Salvador Allende e/ou na página do coletivo O Mal Educado.
Karo Akpokiere (Nigéria, 1981)
Zwischen Lagos und Berlin, 2015
Desenhos
A obra propõe um passeio pelas duas cidades do título e pelas experiências sociais, políticas e pessoais que elas oferecem. Servindo-se de desenhos, pinturas e textos – que fazem referência ao universo do design gráfico em sentido amplo, da tipografia desenhada à mão aos objetos cotidianos –, faz emergir histórias que mesclam acontecimentos reais e ficcionais.
Mabe Bethônico (Brasil, 1966)
Histórias minerais extraordinárias, 2017
Instalação
Narrativa performada
(aproximadamente 25’)
Dia 6.10, às 20h30
Dia 4.11, às 15h
Partindo de três personagens da história da Suíça – o geógrafo Aubert de la Rüe, o ufólogo Billy Meier e Pierre Versins, fundador do museu de ficção científica Maison d’Ailleurs –, o trabalho sobrepõe fronteiras entre geografia, ufologia e ficção, e toma a forma de um programa de palestras e debates.
Manuela de Laborde (México, 1989)
As Without so Within, 2016
Filme
Ao criar espaços virtuais e figuras mutantes, o filme convida o espectador a um olhar contemplativo, capaz de atentar para as mudanças mais sutis. Valendo-se de alterações de luz, sobreposições de imagens e recursos de edição, entre outros artifícios, abre campo para um mundo informe, em constante transformação.
Miguel Penha (Brasil, 1961)
Cipó, 2016
Cipó azul, 2014
Pinturas
Na primeira pintura, um cipó vermelho, enrolado a uma árvore, destaca-se das cores frias do fundo, cortando a paisagem em duas, ao mesmo tempo em que se integra perfeitamente à vegetação. A segunda retrata uma mata rica em detalhes, que se fundem, e individualidades, que se atravessam. Ambas integram a série Cipós, fruto da busca do artista por suas origens indígenas e de uma imersão no Centro-Oeste brasileiro.
Monira Al Qadiri (Senegal, 1983)
Uma escultura espiralada, impressa em 3-D, flutua sobre um fundo roxo. A obra deriva da investigação do impacto da descoberta e da exploração do petróleo, na primeira metade do século 20, sobre o cenário ambiental e geopolítico do Golfo Árabe. Antes de o combustível fóssil passar a definir o futuro da região, as pérolas eram seu principal produto. Por coincidência, as cores das pérolas e do petróleo ocupam polos opostos do mesmo espectro.
Brocas de perfuração de poços petrolíferos, esculpidas em plástico, emergem de uma parede roxa na direção do público, como se ele fosse o combustível extraído. A obra faz parte de uma investigação sobre as mudanças que a descoberta e a exploração do petróleo trouxeram ao cenário ambiental e geopolítico do Golfo Árabe na primeira metade do século 20.
Pakui Hardware (Lituânia)
Lost Heritage, 2015
Instalação
Um jardim-laboratório combina silicone, grama, painéis de madeira e lâmpadas de LED. Explorando as relações entre materialidade, tecnologia, biologia sintética e natureza, a instalação desestabiliza o suposto equilíbrio natural ideal e investiga como a tecnologia transforma nossa realidade física.
Pedro Barateiro (Portugal, 1979)
The Current Situation, 2015
Instalação
Na instalação, dois sons simultâneos chegam pela janela: a derrubada de uma palmeira atingida por uma praga e um protesto contra medidas de austeridade. A palmeira pertence a uma espécie trazida das ex-colônias portuguesas na África; as medidas são uma exigência da União Europeia aos países do Sul europeu, considerados responsáveis pela crise econômica. Os acontecimentos relacionam-se e conectam o natural e o social.
Rodrigo Hernández (México, 1983)
Shikantaza, 2017
Instalação
Ilustrações do artista mexicano Miguel Covarrubias no livro El Arte Indígena de México e Centroamérica, aspectos estilísticos do futurismo italiano e a teoria das cores do pintor japonês de vanguarda Sanzo Wada são referências que compõem a instalação. Criando paradoxos com formas ameríndias e a velocidade da vanguarda europeia, a obra oscila entre abstração e formalismo, homenagem e paródia.
Tatewaki Nio (Japão, 1971)
Neo-andina #52, #59, #64, #97, #102, #208, da série Neo-andina, 2016
Fotografia
A série fotográfica tem como objeto um novo fenômeno na arquitetura boliviana: os cholets, construções suntuosas e coloridas que se espalham por El Alto, na periferia de La Paz. Moda entre a população Aymara, que ascendeu economicamente na última década, as casas celebram a identidade chola, tornando-se símbolo das mudanças políticas e culturais pelas quais o país andino vem passando e, portanto, de uma nova identidade étnica.
Thiago Martins de Melo (Brasil, 1981)
bárbara balaclava, 2016
Vídeo
União de duas encarnações martirizadas pela cobiça dos poderosos, bárbara balaclava percorre o país com seu jaguar e sua sede de justiça, aniquilando os usurpadores da terra, herdeiros daqueles que a assassinaram em vidas passadas. Mais de 4 mil pinturas e desenhos compõem a animação, narrativa anarco-xamânica da luta anticolonialista.
Viktorija Rybakova (Lituânia, 1989)
Swivel Doors, 2014
Objeto
Aquilo que é deixado para trás projeta-se no futuro. Caminhando entre sombras, o espectador vivencia a incapacidade dos sentidos de abarcar a totalidade do espaço. A obra produz a experiência de um não lugar, ao mesmo tempo em que abre espaço para a imaginação criadora e adensa a vivência do tempo.
Ximena Garrido-Lecca (Peru, 1980)
A voz off de Alcibiades Cristobal nos guia por Huayllay, floresta de pedras perto de Cerro de Pasco, no Peru. A cidade, do século 16, está sendo tragada pela maior mina do país. Enquanto ele descreve a geologia e a cultura do lugar onde nasceu, vemos os efeitos devastadores da mineração. O buraco quilométrico une tragicamente a voz afetuosa e a desolação das imagens.
Com uma técnica antiga, a artista tece um tapete; em vez de palha, usa tiras de cobre. O produto guarda uma relação estranha com a tradição: aparenta domesticidade e conforto, mas é duro e frio. Remete à mineração predatória, que abre crateras no futuro, e à habilidade humana de conhecer e respeitar a Terra. Um dos primeiros metais trabalhados pela humanidade, o cobre serve como condutor entre memória e porvir.